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Ao ouvir, de novo, no carro, este disco, interrogo-me como foi possível ainda não ter visto isto, ao vivo. Um dia acontecerá, inevitavelmente. É que este Messi joins Ronaldo do campeonato dos escritores de Canções da minha vida, é um sonho tornado realidade, para quem, como eu, cresceu a ouvir os dois mestres Jorge Palma e Sérgio Godinho.
Num tempo em que Godinho e Palma andam a percorrer o país com o seu espectáculo a dois, é tão bom ouvir "A Noite Passada" , "Portugal, Portugal" e "O Primeiro Dia", a duas vozes. As suas canções entraram na minha vida a partir de momentos muito específicos de que me lembro bem. "O Lado Errado da Noite" foi a primeira música do Jorge Palma que eu ouvi, em 1988, numa emissão qualquer dos primeiros dias da TSF. Mais tarde, já no CMR, devorei toda a discografia até então, com paragem demorada no "Bairro do Amor", depois de um especial, editado pela graciosa Judith Meneses e Sousa (hoje repórter parlamentar da TSF), que chamou a esse programa, "Amores de Bairro", as coisas que uma pessoa guarda!
Os primeiros discos que soube de cor, do grande Sérgio Godinho, foram "Na Vida Real" e o "Escritor de Canções". Ainda hoje adoro voltar a eles, de vez em quando.
Com Godinho e Palma, tem sido uma vida de descoberta e muitas vezes de deslumbramento, perante aquela arte de juntar palavras e cantar sobre as vidas "que são iguais em todos nós".
Numa altura em que se anuncia o disco "Só", ao vivo no CCB, para Novembro, continua a ser mágico cantar, no carro, "A Terra dos Sonhos", "O meu amor existe" , "A gente vai continuar" .
Jorge Palma e Sérgio Godinho cantam o Portugal social, político, sentimental, sonhador, ingénuo, pobre de espírito, encantador, e tudo mais que este pais é e nós todos somos, cada um à sua maneira. São artesãos finos da nossa língua, e mestres de quem temos a sorte de ser contemporâneos. Vou ali ver se ainda há bilhetes.