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Uma primeira ideia, assim que acabei de ler esta incrível biografia: é um milagre este homem ter sobrevivido a si mesmo, á sua vertigem pelo lado sombrio, das trevas recalcadas de uma relação áspera com o pai, e cortante com a pobreza gelada dos invernos duros de New Jersey.
Springsteen conta-nos a sua história sem grandes preocupações de gerar uma moral qualquer. É só a sua vida vista por si, e é riquíssima. Com o Rock como fio condutor, está ali o miúdo que sonhava com os Rolling Stones e o homem que, um dia, se tornou amigo e igual aos seus heróis, lado a lado num palco qualquer.
É um livro para fãs mas é para toda a gente, e tem glamour e vida de rockstar em barda, mas também depressão e trevas, como a vida de toda a gente.
O Boss é um de nós, e ainda bem que ultrapassou todas as suas crises. E ainda bem que escreveu canções tão importantes para as nossas próprias vidas. As mortes de quem lhe era tão próximo, o amor da família como pilar da existência, a música como única via possível para a vida lhe fazer sentido. Este livro tem isso tudo e merece uma leitura atenta. As canções ganham, elas próprias, uma nova vida, depois de ler tudo o que aqui está contado e explicado.
«Honramos os nossos pais quando conservamos na memória o que de melhor tinham e faziam e deixamos o resto para trás. Quando combatemos e controlamos os demónios que os deitaram abaixo e que, agora, habitam em nós»