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Carminho,
Tu estavas podre do dia da escola, e do cansaço que deve vir da excitação diária dos ensaios dessa coisa nova e espectacular que será, um destes dias, andar.
Hoje tive toda a paciência do mundo, pegue em ti, fui deitar-te, e fiquei ali ao teu lado, pus uma musica de embalar com piano suave, e esperarei que adormecesses. Não te deitei, fiz uma festa e disse: "Deita, faz o-ó" e vim para a sala.
Não. Hoje fiquei ali, ao pé de ti, com toda a paz de espirito do mundo, toda a vontade de desfrutar cada segundo, e guardar este momento só para nós, para sempre.
Fiz-te festinhas, passei a mão pela tua cabeça, tu sorriste umas vezes, levantaste o pescoço outras, mas suavemente fui dizendo "deita, faz o-ó", e tu deitavas a cabeça, na tua caminha, e ali ficámos. Não sei quanto tempo passou, mas sei que já tu dormias há que tempos e eu fiquei ali, só a ver-te dormir. A pensar como é uma sorte imensa, neste confuso mundo sempre a correr e a gritar qualquer coisa, estarmos ali os dois, um rumor da tua descansada respiração, o piano a tocar no telefone, baixinho, e eu a despedir-me de ti "boa noite, meu amor, até amanhã".
Tão, mas tão bom.