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10-22. Perdem todos.

por PR, em 10.02.18

Quando um pai olha para uma filha, que ama como ama todos os seus filhos, mais do que a sua própria vida, e pensa: é uma injustiça incompreensível, esta coisa de ter apenas 10 dias em cada mês com ela. E ela com o pai, com os irmãos, com a mulher do pai, que a trata com o amor com que trata todos, numa casa que é dela também.

Semana sim, semana não,  de quinta a segunda.  Ou seja, nunca, a não ser nas férias, esta criança passa terças e quartas-feiras com o pai, os irmãos e por aí fora. Nunca. 

Faz sentido? 

Não entendo como não é por default uma semana com a mãe outra com o pai. E como há pais e mães que não percebem que é esse o interesse da criança, um equilíbrio que é necessário defender intransigentemente.  

Em tempos de justa mobilização pela defesa de direitos elementares, é talvez hora de lutar também contra esta discriminação, que é tantas vezes prejudicial às crianças visadas e às suas famílias.

Além de ser uma profunda dor, permanente como uma moínha que está sempre ali, pela vida fora, enquanto o tempo passa, as crianças ficam a perder e ninguém ganha.

Ninguém.

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5 comentários

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De Anónimo a 05.02.2018 às 10:48

"Além de ser uma profunda dor, permanente como uma moínha que está sempre ali, pela vida fora"...é tão isto sr. Pedro Ribeiro. Tão isto. E revolta, é tão injusto!
Mas enxugamos as lágrimas, engolimos em seco quando o(a) vamos deixar e a vida segue, com a moínha sempre lá...e eu na esperança que ele um dia perceba que o pai queria muito estar com ele. (O meu campeão tem autismo, leve por comparação com outros casos é certo, mas que o impede de verbalizar o que sente).
Gosto muito de ler o que escreve neste cantinho.
De pai para pai, força, 1 abraço!
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De marta-omeucanto a 05.02.2018 às 15:19

Aqui na zona, o juiz encarregue dos casos de regulação de responsabilidades parentais é a favor da guarda partilhada, e quase todas as suas decisões vão nesse sentido, nem sempre agradando a alguns pais/mães.
Acho que tudo depende da disponibilidade, condições, idade e consequentes necessidades da criança de acordo com essa idade, e vários outros factores.
Nem sempre a guarda partilhada é o melhor, tanto pelo lado do pai, como pelo da mãe. Há pais a quem os filhos estariam mais bem entregues do que a algumas mães.
Mas acho que o modelo: "estar com o pai de 15 em 15 dias", já começa a estar ultrapassado, e a deixar de fazer sentido.
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De Aninhas. a 05.02.2018 às 17:26

É mesmo pr essa situação, que nunca me separei! Prq as crianças passam a ser uma bola de pink pong! Mas, tb hoje vejo que não valeu a pena, prq os filhos tb sofrem com o mau ambiente em casa! Qdo não há bom ambiente no casal, tb não há prós filhos, e isso deixa marcas bem profundas. São situações bem difíceis! Hoje penso, será que fiz bem? Não sei! A minha filha já é adulta, formada e independente. MAS! :-(:-(.
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De Luis a 10.02.2018 às 11:56

Não há soluções perfeitas, é tentar usar o bom senso. Sabendo que estamos a falar de pessoas e de relações entre pessoas. Que saiba para isso não há livros de receitas infalíveis, nem medicamentos que as curem.

Claro que me parece lógico que as crianças continuem a ter o pai e a mãe de igual forma ao longo da vida.

Mas também é importante perceber que muitas vezes a dor é maior nos pais que na criança, e não devemos deixar que essa dor se espalhe e se torne o problema.

Porque é o tal mau ambiente, os conflitos abertos que prejudicam o dia a dia.
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De Mel a 11.02.2018 às 10:31

Olá Pedro, percebo o que diz mas as coisas não são bem assim, depende muito da situação dos pais e de outros fatores. Guarda partilhada não será a melhor opção, na minha opinião, e no meu caso com a minha filha muito menos. Cada caso é um caso.
No entanto hoje em dia os tribunais já têm outra perspectiva em relação a isso e às vezes tomam decisões que não é o melhor para os filhos em nome dessa tal igualdade pais/ mães.
é um assunto delicado e nada consensual mas fica a minha opinião!

Ps obrigado pelo seu trabalho na manhãs da Comercial, gosto muito!!!

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